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POLÊMICA
Acordo de sindicatos prejudica seis mil servidores de Maceió
Categoria questiona desconto de R$ 12 milhões para pagamento de honorários a advogado
Impasse: Rui Palmeira e sindicalistas firmaram acordo em 2013
Na ocasião, os sindicalistas também destacaram a importância da implantação, pelo município, de um canal permanente de diálogo entre o funcionalismo e a prefeitura, a Mesa Permanente de Negociação (MPN), formada por representantes sindicais das diferentes categorias do funcionalismo e secretários das respectivas áreas.Pelo acordo, a prefeitura disponibiliza R$1,5 milhão ao longo de 36 meses para o pagamento dos retroativos, mediante um cronograma estabelecido em conjunto com a MPN e, no caso de descumprimento, fica sujeita à multa de 10% sobre o valor não pago. Também ficou acordado, perante a justiça, o prazo máximo de 180 dias para solução de pendências em processos instaurados após a assinatura do acordo ou não contemplados nas ações dos que já haviam sido ajuizadas pelos sindicatos ao longo dos últimos 12 anos.
A POLÊMICA
Estava tudo bem até o final de janeiro, quando a primeira leva de servidores contemplados pelo acordo recebeu os retroativos com o desconto dos 20% a título de honorários advocatícios. A retenção, aliás, consta do próprio acordo, mas gerou insatisfação entre servidores que afirmam não terem sido consultados. O Sindspref, contudo, rechaça esta alegação. O presidente da entidade, Sidney Lopes, afirma que o desconto foi aprovado em assembleia conjunta das entidades e sustenta que não poderia ser diferente: “Nenhum advogado trabalha de graça”, afirma.Também consultada sobre a polêmica, a presidente do Sinteal, Maria Consuelo Correia, tem posição diversa e garante que nenhum desconto foi autorizado pela entidade para os trabalhadores da educação.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Em meio ao imbróglio, o secretário Municipal de Administração, Recursos Humanos e Patrimônio, Carlos Júnior Spegiorin Silveira, revela que, em cumprimento ao que foi acordado, a prefeitura reteve os 20% a título de honorários sobre os pouco mais de R$ 1,5 milhão que foram pagos em janeiro referentes aos retroativos. “Mas por uma indefinição quanto a se o desconto deve recair sobre todos os servidores ou se apenas sobre os filiados não efetuamos o repasse dos honorários”, disse, acrescentando já ter pedido às entidades que façam esta consulta, por meio de seus advogados, ao juiz Claudio José Gomes Lopes, da14ª Vara Cível da Capital / Fazenda Municipal.
Carlos Spegiorin também rechaça a alegação de servidores insatisfeitos com o desconto de que o município tivesse “furado a fila” dos precatórios, ao assinalar que os retroativos que estão sendo pagos são referentes a processo sobre os quais não havia sentença definitiva e para os quais houve um acordo amigável após o município ter sido acionado pela justiça na condição de réu.O mesmo entendimento tem o advogado Fernando Costa, explicando que não houve sucumbência, mas sim um acordo intermediado por seu escritório e pelo qual se conseguiu uma vitória expressiva para o funcionalismo.
Ainda sobre a questão dos honorários, no ano passado, a 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou a devolução, pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de Uberaba e Região de honorários advocatícios descontados de um dos associados e repassados a advogado que representou a instituição em ação coletiva movida contra a empresa mineira Fosfértil Fertilizantes Fosfatado.
O entendimento dos ministros do TST foi de que, ainda que aprovado em assembleia, o desconto foi irregular. O processo no TST recebeu o número RR-128300-64.2008.503.0042.De acordo com Fernando Costa, contudo, há outras decisões judiciais que consideram legal o desconto, inclusive emanadas do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Fonte: Jornal Extra Alagoas
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