sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Com diagnóstico tardio, Aids já matou 33 maceionses em 2011

No dia mundial de combate à doença, Secretaria faz ação no Comércio e oferece exames gratuitos 

O vírus é silencioso, mas já matou 33 maceioenses só neste ano. Não obstante, 2011 também registra a descoberta de 131 casos novos de portadores. O número de óbitos, considerado relativamente alto pela gestão de saúde municipal, tem uma causa já catalogada: o diagnóstico tardio. No dia mundial de luta contra a Aids, é essa a apelação levantada pela Secretaria Municipal de Saúde, que realiza atividades em um estande situado no Calçadão do Comércio, centro de Maceió.

Exames de HIV e de outras doenças sexualmente transmissíveis são oferecidos gratuitamente à população, com um prazo de 30 dias para o resultado. No mesmo local, também há apresentações culturais, como corais do Sesc, de escolas e ONG, além da exposição de trabalhos científicos e banners tratando o assunto.


As ações itinerantes, embora pontuais, são oportunidades para que a população maceioense faça o que pode fazer em qualquer dia, em postos de saúde e gratuitamente: um diagnóstico antes do vírus comprometer a saúde do paciente. “O número de mortes acaba sendo alto dessa forma, porque ainda há resistência das pessoas ao fazer o exame. Apesar da Aids ter tratamento, se o diagnóstico é tardio, termina por comprometer a eficácia do tratamento”, explicou.


Aos que se dispõem a fazer o exame, Gomes esclarece que o procedimento não se limita à simples coleta de sangue. “Eles passam por aconselhamento pré e pós-teste. A pessoa é acompanhada por psicóloga ou assistente social. Toda essa situação independe do resultado ser positivo ou negativo”, acrescenta.


A resistência a fazer o exame, para a coordenadora do programa, vem da própria cultura de só procurar o serviço de saúde quando a doença já é latente. “A Aids pode ficar de oito a dez anos sem que a pessoa demonstre nenhum sintoma. As pessoas, em geral, acham que está tudo bem, e esperam que o sintoma aconteça. Quando vem a um posto, já estão com o que chamamos de infecção oportunista. O paciente já chega grave e nem conseguimos mais tratar aqui e precisamos levar para internamento”, esclarece.


Quando devo fazer o exame?


A pergunta mais ouvida por Sandra Gomes retrata a ainda ignorância das pessoas quanto ao risco. “Não existe mais grupo de risco, mas comportamento de risco. E esse é risco acontece sempre que a pessoa transar sem camisinha. Numa ação itinerante, eu mesma tive a oportunidade de acompanhar um paciente que me chamou muita atenção. Ele disse que sempre fez sexo com camisinha, mas uma única fez foi para uma festa e não a utilizou”, conta. “Quando demos a ele o resultado positivo, sua resposta foi ‘eu sei exatamente o dia que me infectei’.


Embora o comportamento de risco não seja focado em grupo específico, cultura que já existiu, a campanha hoje é voltada para o jovem e, especialmente, para o jovem gay. “Mas isso acontece porque ele ainda é alvo de muito preconceito e discriminação, inclusive para buscar o serviço de saúde”.


A extensão de pessoas infectadas pelo vírus da Aids tem crescido a passos tão largos que, segundo Sandra Gomes, em todas as ações itinerantes são descobertos novos casos. “Por isso queremos trazer a campanha para que façam os exames durante todo o ano, não apenas quando fazemos essas ações externas, ou quando a pessoa já estiver com a doença, numa situação emergencial”, explicou. 
 
Fonte: Gazetaweb.com 

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