Em 2012 foram registrados em
Alagoas 1.076 novos casos de tuberculose. O índice de cura foi de
aproximadamente 74%, enquanto que o de abandono ficou em torno de 10% –
percentuais considerados não satisfatórios. Por ter se mostrado um
problema de saúde pública, a situação da doença no Estado foi discutida
nesta quarta-feira (10), durante o seminário Controle da Tuberculose x
Atenção Básica.
Promovido pela Secretaria de
Estado da Saúde (Sesau), no Hotel Enseada, em Maceió, o evento discutiu o
combate à enfermidade e a importância do diagnóstico precoce e do
tratamento adequado. Para isso, participaram do evento os coordenadores
de Vigilância Epidemiológica e Atenção Básica dos Municípios,
trabalhadores do sistema prisional e da área indígena, além de
profissionais das unidades de referência para atendimento e
representantes dos Núcleos Hospitalares de Epidemiologia, dos Conselhos
Estadual de Saúde (CES) e dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems).
Também estiveram entre o
público alvo, técnicos da Superintendência de Atenção à Saúde da Sesau
(Suas) e da Sociedade Alagoana de Pneumologia. O secretário de Estado da
Saúde, Jorge Villas Bôas, destacou a importância da presença de todos.
“A participação integral dos municípios demonstra que a vigilância é uma
prioridade e que ações concretas devem ser realizadas para evitar o
aumento dos casos da tuberculose em Alagoas”, destacou.
Jorge Villas Bôas também
lembrou que os avanços na assistência aos pacientes passam pela Atenção
Básica. “Já tivemos avanços significativos na área e precisamos
progredir mais. Se fizermos a detecção precoce e o tratamento adequado, a
tuberculose tem cura. Para fortalecer o diagnóstico e tratamento da
tuberculose, a Sesau estará intensificando seu trabalho junto aos
municípios, para melhorarmos os indicadores em Alagoas”, assegurou.
Estratégias - Na ocasião, foi
discutida a operacionalização das ações de vigilância e controle,
abordando ao tratamento e a situação epidemiológica da enfermidade no
Estado, além do papel da Atenção Primária e a organização da rede de
laboratórios. A programação contou também com debates sobre assistência
farmacêutica, fluxo de informações e planejamento, monitoramento e
avaliação.
Segundo a gerente de Agravos
de Transmissão Respiratória e Sexual da Sesau, Ednalva Araújo, a ideia
foi discutir estratégias. “Queremos fortalecer as ações em todas as
cidades. A intenção é fazer uma discussão com cada uma para ver o que é
possível fazer dentro de cada realidade tanto na detecção precoce quanto
na garantia do tratamento”, disse ela durante o evento.
Tuberculose – Os municípios
alagoanos com maior incidência de tuberculose são Arapiraca, Coruripe,
Delmiro Gouveia, Maceió, Marechal Deodoro e Palmeira dos Índios. Também
aparecem Penedo, Pilar, Rio Largo, Santana do Ipanema, São Miguel dos
Campos, Teotônio Vilela e União dos Palmares, que, em 2012, registraram
71% dos casos.
“Nossa taxa de cura está
abaixo do preconizado, que seria de 85%, assim como a de abandono, que
deveria estar em até 5%. Isso é preocupante, pois o abandono pode tornar
a doença resistente, além de perpetuar a transmissão. Outro problema é
também a coinfecção com a Aids, já que a tuberculose é a primeira causa
de morte dos pacientes com Aids”, expôs Ednalva.
O tratamento tem duração de
seis meses, com medicação gratuita fornecida pelo Ministério da Saúde e
disponibilizada nas unidades municipais, por meio da Sesau. Em Maceió,
os Hospitais Hélvio Auto e Universitário, além do PAM Salgadinho, são as
unidades de referência, enquanto que em Arapiraca o responsável é o
Centro de Referência Integrado (Cria).
Fonte: Sesau
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