Em Alagoas, taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares aumenta a cada ano, ao passo que no Brasil diminui.
O número de óbitos por doenças cardiovasculares aumentou na
região Nordeste. A falta de informação somada ao atraso no aumento da
longevidade do nordestino são os principais fatores que contribuem para
este fato. Em Alagoas, segundo dados do Ministério da Saúde, a taxa de
mortalidade padronizada por doenças cardiovasculares aumenta a cada ano,
ao passo que o índice do Brasil diminui.
Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde, o índice de
óbitos por doenças cardiovasculares subiu de 120 pessoas a cada cem mil
habitantes, em 1999, para 160 a cada cem mil habitantes, em 2009.
Alagoas seguiu, de acordo com o Ministério, o caminho inverso ao do
país. No Brasil, em 1999, para cada cem mil habitantes, 160 morreram de
doenças cardiovasculares. Em 2009, esse número diminuiu para 140.
De acordo com a Superintendente de Vigilância e Saúde da Secretaria
de Estado da Saúde, Sandra Canuto, as doenças infectocontagiosas
deixaram de ser as principais causas de mortes naturais e deram vez às
doenças crônicas. Segundo Canuto, 26% do total de óbitos registrados em
Alagoas no ano passado foram ocasionados por doenças cardiovasculares,
principais causas de morte no Brasil e em Alagoas.
“O perfil é mundial e realmente mudou. Hoje as doenças crônicas,
incluindo as cardiovasculares, são a principal causa de morte no país”,
disse.
Para o médico cardiologista José Wanderley, a falta de educação
alimentar e de hábitos saudáveis no dia-a-dia favorecem o aumento no
número de mortes causadas por problemas do coração.
Wanderley acredita que a incidência de doenças cardiovasculares no
Nordeste aumentou devido à falta de informação. Dessa forma, o
envelhecimento da população, que representaria um ponto positivo para o
estado, torna-se nulo porque essas pessoas não mantêm um padrão de vida
saudável e morrem em pouco tempo.
“As pessoas no Nordeste hoje vivem mais, mas vão adoecer mais porque
não têm informação. Aqui as pessoas não têm a consciência de que têm que
se afastar dos fatores de risco. Vão ficando mais velhas, mas não
percebem os cuidados que devem ter desde a juventude”, alertou o médico.
Fonte: Tribuna Hoje
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