A população masculina de Maceió tem tido uma atenção especial do município, que vem investindo em prevenção para conscientizar e sensibilizar os homens em idade produtiva – de 20 a 59 anos – a adotarem como hábito os cuidados necessários com a saúde. Realizado por meio da Coordenação do Programa de Atenção Integral à Saúde do Homem (PAISH), da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, o trabalho tem ampliado o acesso dessa população aos serviços de saúde, melhorando sua qualidade de vida.
Fundamentado na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, lançada em 2009 pelo Ministério da Saúde, o Programa do município tem buscado atuar sobre os aspectos sócio-culturais que impedem os homens de aderirem aos cuidados preventivos com a saúde, e que vem provocando a redução da expectativa de vida entre eles, que vivem, em média, 7 anos a menos que as mulheres.
“Esses aspectos vão desde o machismo até o medo de descobrir doenças e de perder, mesmo que temporariamente, com a enfermidade, a capacidade de provedor da família. Isso faz com que a população masculina banalize qualquer sintoma inicial que apareça, retardando o diagnóstico e, na maioria das vezes, levando a consequências irreversíveis ou à morte”, explica o urologista e coordenador do Programa em Maceió, Mário Jucá.
O coordenador aponta ainda, como fator de impedimento para os cuidados com a saúde, o fato de os serviços de saúde funcionarem no mesmo horário dedicado ao desenvolvimento das atividades de trabalho. Pensando nisso, o Programa criou núcleos de atendimento nas unidades de saúde João Paulo II (Jacintinho) e Ib Gatto Falcão (Tabuleiro), que disponibilizam, no horário especial das 17h às 22h, o atendimento clínico (com aferição da pressão arterial e teste de glicemia, por exemplo) e de urologia (avaliação, com reforço no uso de preservativo e desmistificação do toque retal, no exame de próstata), além de vacinação contra Tétano e Hepatite B, proporcionando, posteriormente, o monitoramento do usuário por equipes da Estratégia Saúde da Família.
Paralelamente, a Coordenação tem realizado palestras e promovido capacitações em órgãos públicos e organizações, com o objetivo de disseminar a Política de Atenção à Saúde do Homem, repassar os passos que devem ser seguidos para uma vida mais saudável e informar os serviços disponibilizados pelo município através do SUS. No âmbito da administração municipal, o Programa desenvolve também o projeto “Homem de Casa”, voltado à sensibilização e cuidado com o público interno da Secretaria e demais órgãos do município, como Guarda Municipal e SMTT.
Complementando o trabalho realizado pelo coordenador que o antecedeu à frente do Programa – urologista Mário Ronalsa, que direcionou o trabalho ao tratamento de tumores de próstata, pênis e testículos, promovendo um grande avanço no que diz respeito ao tratamento adequado – Jucá programa para 19 de novembro – Dia Internacional da Saúde do Homem – uma grande ação de sensibilização, o “Dia Azul”, voltada para o cuidado integral e preventivo à saúde dessa parcela da população.
“A atividade será realizada com a finalidade de chamar a atenção para o assunto, disseminar o tema e mais uma vez promover o acesso dos usuários da rede pública aos serviços de saúde, incentivando os homens a adotar cuidados necessários. Um homem que se cuida é outro homem e vive mais”, frisa o coordenador.
Dados
As principais causas de mortalidade da população masculina brasileira na faixa etária dos 20 aos 59 anos são as causas externas (mortes violentas), seguidas de Hipertensão, Infarto e Acidente Vascular Encefálico (AVE), além das neoplasias (câncer de próstata, pênis e pulmão), que ocupam a terceira posição.
A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (Inca) é de que 49.530 homens tenham câncer de próstata apenas este ano. O número representa uma proporção de 52 casos da doença para cada 100 mil homens. Segundo dados do Inca, a taxa de mortalidade por câncer de próstata passou de 6,3 para 13,9, entre 1979 e 2006, um aumento de 120%.
Em relação ao câncer de pênis, dados do SUS registram que cerca de mil brasileiros são submetidos a amputação do órgão genital todos os anos. A mutilação é causada pela falta de cuidados e higiene pessoal, e faz com que o Brasil ocupe um dos primeiros lugares em câncer de pênis no mundo, perdendo apenas para a ìndia e alguns países do continente africano.
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