Os médicos que atendem no Sistema Único de Saúde (SUS) realizaram na terça-feira (25) um protesto nacional por aumento nos recursos da saúde, remuneração digna e melhoria da infra estrutura da rede pública. De acordo com a Comissão Nacional Pró-SUS – composta por representantes da Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam), em 19 unidades da Federação foram suspensos durante 24 horas as consultas, exames e operações marcadas; em dois estados a paralisação foi localizada por unidade ou por horário. Mas, as entidades médicas realizaram manifestações e atos públicos nos 27 estados.
No mesmo dia, a Comissão lançou, em Brasília, o Manifesto dos Médicos em Defesa do SUS, denunciando que o “modo como o qual a saúde pública tem sido tratada historicamente apresenta, cotidianamente, sua fatura nas emergências lotadas, nas filas de espera por consultas e exames, bem como no desestimulo que se abate sobre as equipes responsáveis pelo atendimento da população”.
MAIS RECURSOS
As entidades médicas estiveram no Senado para defender o texto original da regulamentação da Emenda 29, que destinava 10% das receitas correntes brutas da União para as ações de saúde. O texto aprovado na Câmara retira o percentual mínimo da União e determina que o orçamento federal para a Saúde seja apenas corrigido pela variação do PIB.
“O projeto da Câmara não acrescenta nenhum centavo para a saúde”, argumentou o vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá, à Agência Brasil. Nas contas das entidades médicas, o texto original geraria um acréscimo de aproximadamente R$ 31 bilhões ao orçamento anual da pasta.
REMUNERAÇÃO DIGNA
Outra reivindicação do movimento é a aplicação do salário base, por 20 horas semanais, de R$ 9.188,22. Levantamento informal feito pelas entidades mostra que a média do salário-base (sem gratificações ou outros tipos de adicionais) pago ao profissional – que estuda pelo menos nove anos para se tornar médico - com contrato de 20 horas semanais é de R$ 1.946,91. Segundo a Comissão, os valores oscilam entre R$ 723,81 e R$ 4.143,67.
Segundo o presidente da FENAM e do Sindicato dos Médicos do Estado de São Paulo (Simesp), Cid Carvalhaes, a capital paulista paga o salário mais baixos dos médicos de todo o país. “Hoje, o salário base para o serviço público do estado é de somente R$ 414,30 por vinte horas semanais e quem oferece um valor desses, certamente não está compromissado com a saúde”, relatou.
Carvalhaes lembrou que nos Estados onde houve paralisação as urgências e emergências foram atendidas. “Estamos fazendo [o movimento] com toda a responsabilidade. É um compromisso com a saúde do povo brasileiro”, afirmou.
Fonte: Jornal Hora do Povo
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