sexta-feira, 23 de março de 2012

Sesau registra dois casos de dengue tipo 4 em Alagoas

Estado já conseguiu isolar o vírus; pacientes foram infectados e estão sendo monitorados

A Secretaria de Saúde de Alagoas (Sesau) confirmou, nesta quinta-feira (22), os dois primeiros casos de dengue tipo 4 e teme uma grande epidemia no Estado. Os pacientes foram descobertos em duas cidades do interior e o isolameto do vírus aconteceu no último dia 16. Ele não circulava no Brasil há, pelo menos, 28 anos e ressurgiu em agosto de 2010. Desde então, nove unidades da Federação já registraram o existência dele: São Paulo, Roraima, Amazonas, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Bahia e os vizinhos Pernambuco e Sergipe.

Os dois pacientes infectados estão sendo monitorados pela Sesau e se recuperam bem. Após suspeitarem da doença, eles procuraram os postos de saúde de suas cidades e, após a coleta de sangue, o Lancen conseguiu isolar o vírus tipo 4.

Os dois homens, um de Palmeira dos Índios e outro de Piaçabuçu, segundo a Secretaria de Saúde, podem ter importado o subtipo 4 dos estados de São Paulo e Sergipe, respectivamente, haja vista que ambos chegaram de viagem cerca de uma semana antes de adoecerem já em Alagoas.

A forma de tratamento para a doença também é a mesma. “Repouso e hidratação. É dessa forma que acontece a recuperação do paciente”, acrescentou Cleide Moreira.

De acordo com a Sesau, o subtipo 4 da dengue atua de forma igual aos demais em circulação (1,2 e 3) e também apresenta sintomas semelhantes, a exemplo de dores de cabeça, no corpo e articulações, febre, diarreia e vômito. Todavia, apesar disso, essa forma da doença preocupa as autoridades porque boa parte da população, em especial jovens e crianças, ainda não possue imunidade contra a patologia.

“O risco de epidemia é grande e nos preocupa muito neste momento porque as pessoas estão suscetíveis ao vírus. Exatamente por ser novo e nunca ter circulado em Alagoas, não estamos imunes a ele”, alertou Cleide Moreira, coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Sesau.

“Temos que trabalhar no combate ao vetor e contar com a mobilizaçao da população. É necessário evitar a proliferação de criadouros, o acúmulo de lixo e os municípios têm a obrigação de investir na estruturação das equipes da Estratégia de Saúde da Família. A rede de assistência precisa estar pronta para receber os pacientes com eficiência, fornecendo diagnóstico, os insumos como soro, dipiroma e as cadeiras de hidratação e leitos hospitalar e de UTI”, alertou ela.

O que é a dengue

A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti. Ele se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais e a patologia não é transmitida de pessoa para pessoa. Ainda assim, ela representa um dos principais problemas de saúde pública no mundo.

A forma mais simples de prevenir a dengue é evitar o nascimento do mosquito. É preciso eliminar os lugares que eles escolhem para a reprodução e, por isso, há a necessidade de não deixar água limpa parada em qualquer tipo de recipiente.

Os principais sintomas da doença são: febre alta com duração de até sete dias, dor na cabeça, nos olhos, nos músculos e nas juntas e prostração e vermelhidão no corpo. Caso apresente essas características, o paciente não deverá se automedicar e procurar, imediatamente, ajuda médica.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem, anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Mais 500 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da dengue. 
 
Fonte: Gazeta Web

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