terça-feira, 25 de junho de 2013

Alagoas perde médicos por falta de vagas de residência

Presidente do CRM destaca que profissionais deixam Alagoas e não mais voltam para o Estado

O presidente do Conselho Estadual de Medicina (CRM), Fernando Pedrosa, afirmou, nesta terça-feira (25), que Alagoas é o estado que pior trata o médico. Dos 130 profissionais formados por ano, a maioria é obrigada a sair para outros estados para fazer residência, tendo em vista que os mesmos seguem a se deparar com a falta de oportunidades em Alagoas.

“O número de vagas para residência em Alagoas é pequeno. Boa parte dos profissionais saem do Estado e não voltam mais”, destacou Fernando Pedrosa, em entrevista ao Bom Dia Alagoas, da TV Gazeta .

Segundo ele, falta estímulo governamental para o profissional médico em todo o país. De todos os profissionais formados por ano no Brasil, apenas 40% conseguem vaga em residência na especialidade que desejam. Para Fernando Pedrosa, a abertura indiscriminada de escolas de medicina é um fator que preocupa o CRM.

Quanto à contratação de médicos estrangeiros para trabalhar nas áreas mais longínquas dos estados brasileiros, Fernando Pedrosa afirma que os profissionais formados no Brasil são suficientes para suprir a necessidade do país. Para ele, o que falta é uma expectativa de carreira, assim como acontece com o Poder Judiciário.

“Dá para mudar a realidade da saúde brasileira sem trazer médicos de fora, mas é preciso que o profissional do país tenha uma estrutura adequada para trabalhar, para que possa contar com uma expectativa de carreira, por meio da qual o médico passe por municípios como Delmiro Gouveia e Arapiraca, por exemplo, antes de vir trabalhar na capital”, afirmou.

Quanto à contratação de médicos estrangeiros, medida anunciada pela presidente Dilma Rousseff (PT) na semana passada, após os protestos realizados em várias regiões do país, Fernando Pedrosa chama a atenção para o fator da língua. “Não é possível trazer um profissional que não fala o português. É necessário que haja um entendimento entre ele e o paciente, porque o ato médico pode causar danos às pessoas, por omissão ou mesmo por ação”, destacou.  

Fonte: Gazeta Web 

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