segunda-feira, 10 de junho de 2013

Mesmo com contratações, salas de cirurgia vão continuar desativadas no Hospital Universitário

Cinco salas estão prontas desde inauguração mas nunca foram usadas por falta de profissionais

Faltou água, remédio e o Hospital Universitário Professor Alberto Nunes (HUPAA) de Alagoas teve que suspender alguns serviços essenciais para a população. A história toda começou no último sábado (01) e se estendeu por toda a semana. Um grave problema, que acabou expondo outra deficiência da unidade: a falta de médicos, enfermeiros e todos os demais profissionais fundamentais para que as cirurgias sejam realizadas nas salas. Existe até espaço disponível. Para ser mais exato, cinco salas de cirurgia, que estão completamente vazias. 

As salas estão prontas, com equipamentos, todo o aparato necessário para entrar em operação, o que reduziria a fila de espera para várias modalidades de cirurgia e de quebra, aumentaria a capacidade de atendimento do HU. A deficiência é antiga. Segundo explicou ao CadaMinuto o diretor do hospital, Paulo Teixeira, o problema existe desde que o hospital foi inaugurado, há 40 anos.

“As salas estão prontas, todas equipadas, mas desde que teve início os atendimentos, apenas cinco delas foram utilizadas e continuou assim até hoje. O problema é que faltam profissionais e isso demanda contratações, coisa que não depende só da gente”, disse.

Na manhã da última terça-feira (04), a direção do HU e o reitor da Ufal, Eurico Lôbo, estiveram reunidos com representantes dos Ministérios Públicos do Trabalho (MPT), Federal (MPF) e Estadual (MPE) para assinar a autorização da contratação de 81 profissionais. Eles vão garantir o atendimento e abertura de 18 novos leitos, além de mais duas das salas de cirurgia que atualmente estão fechadas.

Alguns tipos de cirurgias só são realizadas no Hospital Universitário e por conta do efetivo reduzido, as filas de espera são longas. Um dos exemplos é o de cirurgia bariátrica - para pessoas obesas que se submetem ao procedimento para redução de estômago, que a fila de espera chega a dois anos.  

 “Ainda assim essa quantidade de profissionais não é suficiente para colocar em operação todas as cinco salas que estão desativadas. Sabemos que se tudo estivesse funcionando, a nossa capacidade para atendimento seria maior e a fila de espera para algumas cirurgias seriam reduzidas”, ponderou Teixeira.

Teixeira acredita que com a adesão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para gerenciar o hospital, novas contratações podem acontecer e ir aos poucos reduzindo a carência.

“É um problema que nasceu junto com o HU e nunca nenhuma esfera pública deu valor. Estes novos servidores que serão contratados é resultado de uma luta que durou dois anos. Acredito que com a Ebserh as coisas vão melhorar”, avalia.

O diretor da unidade ainda comentou sobre a falta de água e remédio, que obrigou o hospital a interditar o centro cirúrgico e a maternidade por dois dias. Segundo ele, os problemas foram resolvidos e ele assegurou à população que não há riscos de novas interdições.

“A Casal [Companhia de Saneamento e Abastecimento de Alagoas] resolveu tudo muito rapidamente. O desabastecimento afetou também a Ufal e o bairro do entorno. Quanto aos remédios, o Ministério da Saúde depositou as parcelas atrasadas referente ao programa Rede Cegonha. Nós pagamos os fornecedores e fizemos o abastecimento dos remédios que estavam faltando”, completou.

Fonte: Cada Minuto

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