Faltou água, remédio e o Hospital Universitário Professor Alberto
Nunes (HUPAA) de Alagoas teve que suspender alguns serviços essenciais
para a população. A história toda começou no último sábado (01) e se
estendeu por toda a semana. Um grave problema, que acabou expondo outra
deficiência da unidade: a falta de médicos, enfermeiros e todos os
demais profissionais fundamentais para que as cirurgias sejam realizadas
nas salas. Existe até espaço disponível. Para ser mais exato, cinco
salas de cirurgia, que estão completamente vazias.
As salas estão prontas, com equipamentos, todo o aparato necessário
para entrar em operação, o que reduziria a fila de espera para várias
modalidades de cirurgia e de quebra, aumentaria a capacidade de
atendimento do HU. A deficiência é antiga. Segundo explicou
ao CadaMinuto o diretor do hospital, Paulo Teixeira, o problema existe
desde que o hospital foi inaugurado, há 40 anos.
“As salas estão prontas, todas equipadas, mas desde que teve início
os atendimentos, apenas cinco delas foram utilizadas e continuou assim
até hoje. O problema é que faltam profissionais e isso demanda
contratações, coisa que não depende só da gente”, disse.
Na manhã da última terça-feira (04), a direção do HU e o reitor da
Ufal, Eurico Lôbo, estiveram reunidos com representantes dos Ministérios
Públicos do Trabalho (MPT), Federal (MPF) e Estadual (MPE) para assinar
a autorização da contratação de 81 profissionais. Eles vão garantir o
atendimento e abertura de 18 novos leitos, além de mais duas das salas
de cirurgia que atualmente estão fechadas.
Alguns tipos de cirurgias só são realizadas no Hospital Universitário
e por conta do efetivo reduzido, as filas de espera são longas. Um dos
exemplos é o de cirurgia bariátrica - para pessoas obesas que se
submetem ao procedimento para redução de estômago, que a fila de espera
chega a dois anos.
“Ainda assim essa quantidade de profissionais não é suficiente para
colocar em operação todas as cinco salas que estão desativadas. Sabemos
que se tudo estivesse funcionando, a nossa capacidade para atendimento
seria maior e a fila de espera para algumas cirurgias seriam reduzidas”,
ponderou Teixeira.
Teixeira acredita que com a adesão da Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares (Ebserh) para gerenciar o hospital, novas contratações
podem acontecer e ir aos poucos reduzindo a carência.
“É um problema que nasceu junto com o HU e nunca nenhuma esfera
pública deu valor. Estes novos servidores que serão contratados é
resultado de uma luta que durou dois anos. Acredito que com a Ebserh as
coisas vão melhorar”, avalia.
O diretor da unidade ainda comentou sobre a falta de água e remédio,
que obrigou o hospital a interditar o centro cirúrgico e a maternidade
por dois dias. Segundo ele, os problemas foram resolvidos e ele
assegurou à população que não há riscos de novas interdições.
“A Casal [Companhia de Saneamento e Abastecimento de Alagoas]
resolveu tudo muito rapidamente. O desabastecimento afetou também a Ufal
e o bairro do entorno. Quanto aos remédios, o Ministério da Saúde
depositou as parcelas atrasadas referente ao programa Rede Cegonha. Nós
pagamos os fornecedores e fizemos o abastecimento dos remédios que
estavam faltando”, completou.
Fonte: Cada Minuto
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