sexta-feira, 14 de junho de 2013

Sintomas da leptospirose podem ser confundidos com dengue

Especialista durante capacitação
 
Na estação das chuvas, por causa das enchentes e inundações, o número de casos de leptospirose aumenta. Com o objetivo de esclarecer sobre as síndromes febris - que possuem sintomas parecidos com o da leptospirose, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) capacitou, nesta quinta-feira (13), médicos e enfermeiros dos municípios alagoanos. O objetivo do evento, que aconteceu no auditório do Hotel Ritz Lagoa da Anta, em Cruz das Almas, é evitar o diagnóstico tardio e proporcionar o tratamento adequado da doença.

Os ratos são os principais transmissores da doença e o risco não desaparece depois que o nível das águas baixa, pois a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos durante bastante tempo. O contágio se dá pelo contato direto com a urina dos animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela leptospira, bactéria que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra ou com pequenos ferimentos, e dissemina-se na corrente sanguínea.

Os sintomas são febre alta, que começa de repente, mal-estar, dor muscular (mialgias) especialmente na panturrilha, de cabeça e no tórax. As dores também atingem olhos vermelhos (hiperemia conjuntival), tosse, cansaço, calafrios, náuseas, diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo) e meningite.

Segundo Valmir Costa, técnico do Núcleo de Zoonoses, na fase inicial, a Leptospirose pode ser confundida com outras doenças (principalmente a dengue, gripe, malária, hepatite), porque os sintomas são parecidos. Por isso, é muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial. “Para realizar o tratamento adequado da doença, precisão e rapidez no diagnóstico são fundamentais para evitar complicações que podem levar a óbito”, explicou.

O infectologista José Maria Constant esclareceu sobre a temática Doenças Febris, e alertou que quanto antes for instituído o tratamento da Leptospirose, maior será a chance de evitar a evolução para quadros mais graves da doença, que sempre requerem internação hospitalar. Algumas recomendações são imprescindíveis para evitar a doença, como observar as medidas básicas de higiene, embalar bem o lixo, ferver a água ou colocar algumas gotas de hipoclorito de sódio ou de água sanitária antes de beber ou cozinhar.

Também é importante lavar bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas, vacinar os animais e manter limpas as vasilhas em que são servidos alimentos e água. O infectologista evidencia que não se deve deixar as caixas d’água destampadas, além de ser importante usar luvas e botas de borracha, quando se trabalha em ambientes que possam ser reservatórios da leptospira.

Dados em Alagoas - No período de 2008 a 2012, foram confirmados 357 casos de leptospirose no Estado. A faixa etária mais atingida foi a de 20 a 39 anos e o sexo masculino representa 65% dos casos, que têm os meses de maio, junho e julho como os de maior ocorrência, devido às chuvas.

Os casos foram confirmados em 47 municípios e Maceió concentra 70% deles e de grande concentração populacional e condições inadequadas de saneamento básico. Nesse mesmo período, foram registrados 25 óbitos. De janeiro a maio de 2013, foram confirmados 10 casos, distribuídos nos municípios de Barra de Santo Antônio, Coruripe, Paulo Jacinto, Viçosa e Maceió, além de um óbito devido à doença. Na capital, os bairros com maior concentração da doença são Ponta Grossa, Bebedouro e Cidade Universitária.

Ainda segundo Valmir Costa, a Sesau vem desenvolvendo ações para conscientizar a população sobre a doença. De acordo com ele, entre as atividades estão à detecção precoce de surtos e busca de contatos sintomáticos. Também é realizado o acompanhamento de notificação, investigação e encerramento de casos; diagnóstico dos casos com coletas e encaminhamento de amostras e demais medidas de prevenção e controle.

“Precisamos alertar a população sobre as formas de transmissão da doença, as manifestações clínicas e as medidas de prevenção. Também é importante que as pessoas procurem uma unidade de saúde assim que perceberem os sintomas, visando realizar o diagnóstico e iniciar o tratamento o mais rápido possível”, disse Valmir Costa.

Fonte: Ascom / Sesau

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