Especialista durante capacitação
Na estação das chuvas, por
causa das enchentes e inundações, o número de casos de leptospirose
aumenta. Com o objetivo de esclarecer sobre as síndromes febris - que
possuem sintomas parecidos com o da leptospirose, a Secretaria de Estado
da Saúde (Sesau) capacitou, nesta quinta-feira (13), médicos e
enfermeiros dos municípios alagoanos. O objetivo do evento, que
aconteceu no auditório do Hotel Ritz Lagoa da Anta, em Cruz das Almas, é
evitar o diagnóstico tardio e proporcionar o tratamento adequado da
doença.
Os ratos são os principais
transmissores da doença e o risco não desaparece depois que o nível das
águas baixa, pois a bactéria continua ativa nos resíduos úmidos durante
bastante tempo. O contágio se dá pelo contato direto com a urina dos
animais infectados ou pela exposição à água contaminada pela leptospira,
bactéria que penetra no organismo através das mucosas e da pele íntegra
ou com pequenos ferimentos, e dissemina-se na corrente sanguínea.
Os sintomas são febre alta,
que começa de repente, mal-estar, dor muscular (mialgias) especialmente
na panturrilha, de cabeça e no tórax. As dores também atingem olhos
vermelhos (hiperemia conjuntival), tosse, cansaço, calafrios, náuseas,
diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo) e
meningite.
Segundo Valmir Costa, técnico
do Núcleo de Zoonoses, na fase inicial, a Leptospirose pode ser
confundida com outras doenças (principalmente a dengue, gripe, malária,
hepatite), porque os sintomas são parecidos. Por isso, é muito
importante estabelecer o diagnóstico diferencial. “Para realizar o
tratamento adequado da doença, precisão e rapidez no diagnóstico são
fundamentais para evitar complicações que podem levar a óbito”,
explicou.
O infectologista José Maria
Constant esclareceu sobre a temática Doenças Febris, e alertou que
quanto antes for instituído o tratamento da Leptospirose, maior será a
chance de evitar a evolução para quadros mais graves da doença, que
sempre requerem internação hospitalar. Algumas recomendações são
imprescindíveis para evitar a doença, como observar as medidas básicas
de higiene, embalar bem o lixo, ferver a água ou colocar algumas gotas
de hipoclorito de sódio ou de água sanitária antes de beber ou cozinhar.
Também é importante lavar bem
os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas
cruas, vacinar os animais e manter limpas as vasilhas em que são
servidos alimentos e água. O infectologista evidencia que não se deve
deixar as caixas d’água destampadas, além de ser importante usar luvas e
botas de borracha, quando se trabalha em ambientes que possam ser
reservatórios da leptospira.
Dados em Alagoas - No período
de 2008 a 2012, foram confirmados 357 casos de leptospirose no Estado. A
faixa etária mais atingida foi a de 20 a 39 anos e o sexo masculino
representa 65% dos casos, que têm os meses de maio, junho e julho como
os de maior ocorrência, devido às chuvas.
Os casos foram confirmados em
47 municípios e Maceió concentra 70% deles e de grande concentração
populacional e condições inadequadas de saneamento básico. Nesse mesmo
período, foram registrados 25 óbitos. De janeiro a maio de 2013, foram
confirmados 10 casos, distribuídos nos municípios de Barra de Santo
Antônio, Coruripe, Paulo Jacinto, Viçosa e Maceió, além de um óbito
devido à doença. Na capital, os bairros com maior concentração da doença
são Ponta Grossa, Bebedouro e Cidade Universitária.
Ainda segundo Valmir Costa, a
Sesau vem desenvolvendo ações para conscientizar a população sobre a
doença. De acordo com ele, entre as atividades estão à detecção precoce
de surtos e busca de contatos sintomáticos. Também é realizado o
acompanhamento de notificação, investigação e encerramento de casos;
diagnóstico dos casos com coletas e encaminhamento de amostras e demais
medidas de prevenção e controle.
“Precisamos alertar a
população sobre as formas de transmissão da doença, as manifestações
clínicas e as medidas de prevenção. Também é importante que as pessoas
procurem uma unidade de saúde assim que perceberem os sintomas, visando
realizar o diagnóstico e iniciar o tratamento o mais rápido possível”,
disse Valmir Costa.
Fonte: Ascom / Sesau
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