segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Governo anuncia medidas para melhora de atendimentos no SUS

Dentre as medidas está previsto o investimento de R$ 1 bi para custeio de 1000 equipes de Atenção Domiciliar para atuar em todo o país

A presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lançaram, na terça-feira (8), em Brasília, um plano de resgate das emergências de grandes hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A estratégia pretende identificar e enfrentar os entraves ao atendimento ágil e de qualidade em situações de urgência.

“Reconhecemos que a saúde pública deve, pode e precisa melhorar, e estamos atraindo, para nós, a responsabilidade de liderar o processo em busca de uma saúde pública de qualidade”, afirmou Dilma, no lançamento do Programa. “Estamos criando um novo padrão de qualidade no atendimento das pessoas que procuram nossas emergências, da recepção aos ambulatórios, dos centros cirúrgicos às emergências”, explicou a presidenta.

De acordo com o ministro Padilha, a qualidade nas urgências do SUS depende de seis iniciativas: começa com campanhas de prevenção (a acidentes, por exemplo), passa pelas unidades de saúde com salas de estabilização, a articulação com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e com as Unidades de Pronto Atendimento que funcionam 24 horas. Além disso, ao chegar à emergência do Hospital de referência, o paciente deve encontrar uma equipe de triagem que irá encaminhar o atendimento e/ou internação e, se precisar de acompanhamento prolongado, vai ter acesso à equipamento e médicos em casa, onde terá apoio da família e redução dos riscos de contaminação e infecção.

“Sabemos que ofertar o alívio imediato ao sofrimento pode ser decisivo para a vida da pessoa e, por isso, essa é uma ação inovadora. 

Mapeamos as principais urgências do país, pela importância da rede, atendimento, cobertura da população e o fato de serem decisivos no momento mais crítico de salvar uma vida”, enfatizou o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Para alcançar os objetivos, foram lançados dois programas que vão funcionar articulados com a Rede Saúde Toda Hora (que engloba também o SAMU, as UPAS 24 horas, Salas de Estabilização e serviços da Atenção Básica): o “SOS Emergências” e o “Melhor em Casa”. A proposta é que os 40 maiores prontos-socorros brasileiros, nos 26 estados e o Distrito Federal, estejam dentro do programa até 2014.

EMERGÊNCIAS

Na quarta-feira (9), o ministro Alexandre Padilha esteve no Rio de Janeiro e deu início às ações do SOS Emergências. O programa prevê o investimento anual de R$ 3,6 milhões nos pronto-socorros para custear a ampliação e qualificação do atendimento. Cada hospital, depois de fazer o diagnóstico das principais dificuldades relacionadas à porta de entrada de emergência, poderá solicitar até R$ 3 milhões adicionais. O diagnóstico será feito pelos Núcleos de Acesso e Qualidade Hospitalar (NAQH), formado por representantes do Ministério, das secretarias estadual e municipal de Saúde e do hospital que, para realizar o trabalho, receberá R$ 300 mil por mês.

Por outro lado, para fim de desafogar as emergências, as diárias pagas pelo SUS por leitos de UTI serão reajustadas de R$ 476 para R$ 800; as de clínica médica de R$ 100 para R$ 300; e para doenças crônicas de R$ 70 para R$ 200, desde que as vagas sejam vinculadas à rede e recebam os pacientes transferidos das emergências.

MELHOR EM CASA
 
Já o programa Melhor em Casa pretende ampliar o atendimento de pacientes com dificuldade de locomoção para 60 mil até 2014.

"Queremos criar um novo padrão de qualidade no atendimento dentro do SUS. O Melhor em Casa vai ser implantado gradativamente no país. É o atendimento feito por equipes de qualidade, oferecendo atendimento qualificado e, o melhor, perto do carinho dos seus familiares, com a sensação de segurança que está em casa, sem as pressões psicológicas que sabemos que sentimos dentro de um hospital”, afirmou a Presidenta Dilma Rousseff durante lançamento do programa, em Brasília. 

O governo federal investirá R$ 1 bilhão para custear as 1.000 equipes de Atenção Domiciliar e 400 equipes de apoio previstas para atuar em todo o país.
CNS
 
 
A previsão do governo é que até dezembro, 11 hospitais de grande porte, localizados em nove capitais estejam dentro do programa. Os hospitais foram escolhidos, segundo o ministro, por serem referências regionais, possuírem mais de 100 leitos, terem pronto-socorro e realizarem grande número diário de internações e atendimentos ambulatoriais como o Instituto Dr. José Frota (Fortaleza-CE), o Hospital da Restauração (Recife-PE), o Hospital Estadual Roberto Santos (Salvador- BA), o Hospital de Urgências (Goiânia- GO), o Hospital de Base (Distrito Federal-DF), o Hospital João XXIII (Belo Horizonte -MG), a Santa Casa e o Hospital Santa Marcelina (São Paulo - SP), o Hospital Miguel Couto e o Hospital Albert Schweitzer (Rio de Janeiro - RJ) e o Grupo Hospitalar Conceição (Porto Alegre - RS)

A escolha, porém, foi questionada, na quarta-feira (9), na reunião do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Para a professora Ligia Bahia, vice-presidente da Associação Brasileira de Pós-Graduação de Saúde Coletiva, que integra o CNS, serviços de emergência de os estados com menos recursos não deveriam ter ficado de fora da fase inicial do projeto. “O único recurso que pode ter poder redistributivo, de trazer equilíbrio entre os Estados, é o recurso federal. É fundamental que o recurso federal sirva para fazer esse balanço”, argumentou a professora.

Fonte: Jornal Hora do Povo

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