O presidente da Câmara Municipal de Maceió, Francisco Holanda Filho (PP), comentou na sessão desta terça-feira (07) a reportagem exibida no Fantástico do último domingo, que mostrou desvios de recursos no Hospital do Câncer (HC) e Hospital Universitário (HU), em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Ele apontou que o setor precisa receber mais fiscalização e ao mesmo tempo as irregularidades precisam ser investigadas. No entanto, Chico Filho destacou que os esquemas envolvem não apenas políticos, mas funcionários e até mesmo os beneficiários dos serviços de saúde.
“Não é a primeira vez que o Fantástico denuncia desvios na saúde pública em nosso país. Há um ano, a reportagem mostrava as fraudes em licitações no Rio de Janeiro. Agora, estamos assistindo a um esquema que tira recursos de pessoas que precisam de tratamento do câncer, que inclusive, podiam ser crianças”, desabafou. Para o presidente da Câmara, somente a fiscalização coletiva poderá fazer com que recursos deixem de ser desviados.
Para tentar resolver o caos encontrado na Saúde em Maceió, Chico Filho explicou que teve uma reunião com o senador Benedito de Lira (PP) e o vereador Cleber Costa (PT) sobre o Hospital Universitário. O objetivo é conseguir a liberação de recursos federais para o funcionamento de uma lâmina de ambulatórios e enfermarias para o HU. Chico Filho explicou que acredita no que está sendo feito pelo secretário municipal de Saúde, João Marcelo Lyra, no comando da pasta.
Ele citou que nos casos apontados na reportagem do Fantástico, os próprios gestores colaboravam para o péssimo funcionamento da rede pública, para que os serviços passassem a ser desenvolvidos em hospitais da iniciativa privada. “Nós estamos reféns de uma situação que nós temos que enfrentar. Queremos melhorar a saúde pública em nosso município. Vamos diminuir os desvios, é preciso; é necessário; é urgente”, assegurou, cobrando que recursos sejam investidos de forma efetiva.
O vereador relatou a situação dramática que encontrou em uma visita ao Posto de Saúde em Riacho Doce. São nove anos sem nenhuma reforma no local, que ele considerou um “nojo”. “O local está caindo aos pedaços. Com paredes mofadas, outras destruídas, portas sem trinco, banheiros sem porta, cupins por todo lado. A população e servidores sobrevivendo em meio a este caos”, adiantou, relatando também o drama da falta de leitos para pacientes renais crônicos. “Não é possível que os pobres que precisam do atendimento do SUS morram no HGE jogados ao relento por não termos o mínimo de respeito com os usuários”, desabafou.
O tema saúde pública também foi tratado em pronunciamentos feitos pelos vereadores Heloísa Helena (Psol), Cleber Costa (PT), Silvânio Barbosa (PSB), Guilherme Soares (Psol) e Antônio Holanda (PMDB). Para Heloísa Helena, a “roubalheira” prejudica o funcionamento da Saúde. “Minha formação é nessa área e tenho grande preocupação com os desvios que ocorrem e por isso cobro sempre que os investimentos sejam respeitados e que o governo federal mantenha os repasses para a Saúde”, disse.
Cleber Costa lamentou os desvios de recursos da Saúde, mas lembrou que corrupção está presente em outras áreas de atuação do Estado. Silvânio Barbosa cobrou fiscalização da aplicação dos recursos da Saúde na gestão passada e pediu a criação de hospitais específicos para o atendimento à crianças e idosos. “A saúde tem que funcionar”, desabafou. Antônio Hollanda usou a tribuna para informar que a Secretaria de Saúde está empenhada em melhorar o quadro atual e que a prefeitura está tentando adquirir terrenos para construção de 20 postos de saúde. “A maioria dos postos funciona hoje em prédios alugados”, comentou. Guilherme Soares fez um pronunciamento em defesa do Hospital Universitário da Ufal, lembrando que este é 100% público e precisa de total atenção. “Erros do passado refletem no caos atual encontrado em Maceió”, disse.
EVENTOS
Também na sessão desta terça-feira, o presidente Chico Filho relatou aos seus pares que participou da abertura de oficina sobre a requalificação dos mercados públicos da Produção (na Levada), do Tabuleiro do Martins e de Jaraguá. O vice-prefeito Marcelo Palmeira também participou do evento que foi coordenado pela secretária Solange Jurema, do Trabalho e Abastecimento. O objetivo é melhorar a qualidade da prestação do serviço e com isso contribuir no desenvolvimento do setor em Maceió. “Em São Paulo, Belo Horizonte e nas principais cidades do mundo, feiras e mercados são atrações turísticas. Precisamos mudar a cara de nossos mercados, que hoje são insalubres”, afirmou.
O presidente também lembrou que esteve com a secretária municipal de Assistência Social, Juliana Vergetti, na posse dos novos conselheiros da Criança e do Adolescente de Maceió. O Conselho da Criança e do Adolescente é formado por 14 conselheiros e respectivos suplentes, sendo sete representantes do poder público e sete da sociedade civil – estes últimos representantes de instituições sociais – que trabalharão pelos próximos quatro anos, para juntos, proporem políticas públicas que garantam o cumprimento dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Fonte: Ascom/Câmara
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