quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

‘Falência’ da saúde pública é tema na Câmara de Vereadores de Maceió

Boa parte dos posicionamentos em plenária na sessão desta quinta-feira, dia 27, na Câmara de Vereadores foi em função dos serviços prestados pela saúde pública em Maceió. Os vereadores não economizaram ‘adjetivos’ e destacaram o caso de uma paciente que procurou os edis ontem (26) na esperança de ser atendida por uma unidade de saúde depois de ‘peregrinar’ por 15 dias sem conseguir atendimento.

Quem trouxe o assunto para o debate foi o vereador João Luiz. A jovem, identificada apenas como Crislaine, chegou à Câmara com fortes dores abdominais e procurou a Casa na esperança de conseguir atendimento médico. A ‘revolta’ do vereador se potencializou porque, segundo ele, a jovem teria ficado de meio dia até as 23h no Hospital Geral do Estado (HGE) e, mais uma vez, teria voltado para casa sem atendimento. “Não existe saúde pública em Alagoas. Ela está falida e sucateada”, acusou o vereador.

Ainda de acordo com o edil: “Ele foi encaminhada ao HGE por volta das 12h, saiu de lá às 23h sem atendimento. A explicação foi de superlotação, falta de equipamentos, falta de respiradores, máquina de exames quebrada...”, relatou Luiz.

Para corroborar com as acusações, a vereadora Fátima Santiago confirmou que acompanhou a paciente até a unidade de saúde e permaneceu lá até as 16h e a jovem ainda não havia sido atendida. “Eu acompanhei a Crislaine a pedido do marido dela que achou que com minha presença seria mais fácil conseguir atendimento médico. Levei a paciente até o setor de controle e avaliação da Secretaria Municipal de Saúde, onde foi diagnosticado que o caso dela era de emergência. Ela estava com um abscesso abdominal. Lá foram recolhidos os dados da paciente para marcar exames pelo CORA. Eles (Crislaine e o marido) me confirmaram que há 15 dias ela tenta ser atendida. Fui com ela até o HGE onde ele deveria ter passado por uma drenagem. Quando eu saí de lá estava certa de que ela receberia atendimento. Ela precisou aguardar esse tempo porque havia se alimentado às 10h e para o procedimento é preciso estar em jejum por pelo menos seis horas. Estou sem entender. Uma simples drenagem que não é nada de extraordinário. Se faz até em ambulatório”, questionou Santiago.

A vereadora Tereza Nelma – que presidia a sessão de hoje – fez um apelo a Secretaria de Estado de Saúde para rever a situação.

O Alagoas24Horas tentou contato com a assessoria do HGE para confirmar a superlotação, falta de respirador e de outros equipamentos na unidade, bem como, sobre o caso da paciente que teve atendimento negado, porém sem êxito.

Os edis também não souberam informar se Crislaine conseguiu atendimento ou sobre seu atual estado de saúde.

Na manhã última sexta-feira (22), gestores do Hospital Geral do Estado (HGE) se reuniram com a representante do Ministério da Saúde (MS), Valéria Pereira, para discutir a implantação do programa S.O.S. Emergência na unidade hospitalar. Implantado em outros hospitais do país, o programa costuma reduzir a lotação nos hospitais, diminuir o tempo de espera e oferecer assistência humanizada.


Fonte: Alagoas 24 Horas

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