Maceió – Havia uma promessa da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra): a entrega das 272 casas do Conjunto José Aprígio Vilela, no limite final do Benedito Bentes, seria feita com total estrutura, que contemplava saneamento, escola e um posto de saúde. Passou-se o tempo e o compromisso foi desfeito. O resultado é desastroso. A maior parte do residencial foi invadida, o que impede a conclusão de muitas moradias. Quem vive lá reclama das diversas fossas estouradas, espalhando o esgoto pelas calçadas e o rastro de doenças que podem ser transmitidas pela água servida.
O pior de tudo é que nenhum morador pode ter “o luxo” de adoecer no Aprígio Vilela. O posto de saúde mais próximo fica a mais de um quilômetro de distância, no Conjunto Freitas Neto. Atendimentos de urgência e emergência somente podem ser encontrados no Benedito Bentes 1, no minipronto-socorro, bem longe do residencial, o último do complexo. A dificuldade fica ainda maior por causa da estrada de barro que liga os conjuntos. Mesmo que consiga um transporte, uma pessoa que precisa ser atendida com rapidez corre até o risco de morrer no meio do caminho.
Essa é a preocupação da dona de casa Antônia Maria da Conceição, que mora na quadra J, há seis meses, com o esposo cadeirante. Apesar de ter a felicidade em poder morar em uma residência própria, depois de morar no Clima Bom, também na periferia da capital, ela lamenta e diz ter medo por não contar com um posto de saúde no residencial. Pedro Francisco da Silva, o marido, tem 73 anos, não fala e não consegue se locomover desde que sofreu um acidente, há 10 anos, e teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) depois. Antônia vive para cuidar do companheiro e demonstra tristeza por não ver a evolução da saúde dele por falta de um atendimento médico especializado.
“Tem um tempão que ele não faz fisioterapia e nem vai ao médico. Eu não tenho condições de arrumar dinheiro toda semana e levá-lo de táxi para fazer tratamento lá em baixo. Aqui no conjunto também não tem um posto de saúde, uma ambulância que possa nos servir nas horas que mais precisamos. Tenho até medo de um dia precisar sair às pressas para o médico e não ter como chegar ao hospital. Além disso, com essas estradas de barro, fica mais complicado ainda”, relata a moradora.
A dona de casa sofre de hipertensão e diabetes. Toma remédio controlado todos os dias para evitar que essas doenças crônicas se agravem. Vivendo somente com a aposentadoria do marido (pouco mais de um salário mínimo), ela relata que gasta cerca de R$ 200 por mês só com a compra de fraldas geriátricas e medicamentos para o esposo. “Também estou comprando os meus remédios, já que aqui não tem posto de saúde e farmácia para eu pegá-los. A minha receita médica está fora da validade e ainda não tive como voltar ao médico, pois teria que marcar a consulta”, conta.
A doméstica Vera Lúcia Ferreira de Araújo, 45 anos, mora em uma casa construída pelo governo estadual, ao lado de uma ribanceira. Ela sofreu um derrame há três anos, trata doença de Chagas e vivia de aluguel no Conjunto Santos Dumont. Há três meses se mudou para o Benedito Bentes com o esposo, o vigilante Roberto José Maia, de 46 anos. Vera relata que não se locomove bem após o AVC e, por isso, perde o equilíbrio com facilidade. Por duas vezes, ela diz que tropeçou e caiu em dois degraus que ficam à porta da residência.
“Meu esposo levou uma reclamação na Secretaria de Infraestrutura, relatando o que eu tinha sofrido e que precisava de ajustes na moradia. Porém, nenhuma resposta nos deram até agora. Como não ando direito, a minha residência era para ficar em uma rua plana e não perto de uma barreira, como essa. Vim morar aqui pensando que teria conforto e alívio por me livrar do aluguel, mas vejo que isso está longe de acontecer”, lamenta. A dona de casa ainda critica o saneamento precário na região, citando as fossas estouradas, e o acúmulo de lixo no trecho de casas que foi invadido.
Em maio deste ano, os moradores do Aprígio Vilela fizeram um protesto que terminou com mais de 30 ônibus danificados. Houve até confronto com militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Os mais revoltados lançaram pedras e quebraram janelas e para-brisas dos coletivos. Eles exigiam veículos adaptados para deficientes físicos. Após negociação entre a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e a empresa Piedade, dois ônibus com elevadores foram separados para rodar dentro do residencial.
A presidente da recém-criada Associação dos Morados do Conjunto Aprígio Vilela, Maria da Conceição Porfírio da Silva, diz que encaminhou diversos ofícios para órgãos públicos em que cobra melhor estrutura e a solução de vários problemas já detectados no residencial. E comenta que foi informada, por fontes não oficiais, de que um posto de saúde estava sendo construído no residencial, ao lado da caixa d’água da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). Por enquanto, não há sinal e nem placa oficial de obras neste sentido no conjunto.
Ela destaca a falta de uma unidade de saúde para atender a comunidade e garante ter oficializado o pedido para a construção do posto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ressalta ainda que um morador doente fica à mercê do voluntariado para conduzi-lo ao posto de saúde mais próximo.
“Aqui não tem nada, nem uma ambulância disponível. Sabendo que o local é muito longe, afastado da cidade e com uma estrada de barro, deveria ter, pelo menos, uma ambulância. Porém, não há projeto para isso e estamos somente aguardando que se confirme a história da construção de um posto”, comentou.
O pior de tudo é que nenhum morador pode ter “o luxo” de adoecer no Aprígio Vilela. O posto de saúde mais próximo fica a mais de um quilômetro de distância, no Conjunto Freitas Neto. Atendimentos de urgência e emergência somente podem ser encontrados no Benedito Bentes 1, no minipronto-socorro, bem longe do residencial, o último do complexo. A dificuldade fica ainda maior por causa da estrada de barro que liga os conjuntos. Mesmo que consiga um transporte, uma pessoa que precisa ser atendida com rapidez corre até o risco de morrer no meio do caminho.
Essa é a preocupação da dona de casa Antônia Maria da Conceição, que mora na quadra J, há seis meses, com o esposo cadeirante. Apesar de ter a felicidade em poder morar em uma residência própria, depois de morar no Clima Bom, também na periferia da capital, ela lamenta e diz ter medo por não contar com um posto de saúde no residencial. Pedro Francisco da Silva, o marido, tem 73 anos, não fala e não consegue se locomover desde que sofreu um acidente, há 10 anos, e teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) depois. Antônia vive para cuidar do companheiro e demonstra tristeza por não ver a evolução da saúde dele por falta de um atendimento médico especializado.
“Tem um tempão que ele não faz fisioterapia e nem vai ao médico. Eu não tenho condições de arrumar dinheiro toda semana e levá-lo de táxi para fazer tratamento lá em baixo. Aqui no conjunto também não tem um posto de saúde, uma ambulância que possa nos servir nas horas que mais precisamos. Tenho até medo de um dia precisar sair às pressas para o médico e não ter como chegar ao hospital. Além disso, com essas estradas de barro, fica mais complicado ainda”, relata a moradora.
A dona de casa sofre de hipertensão e diabetes. Toma remédio controlado todos os dias para evitar que essas doenças crônicas se agravem. Vivendo somente com a aposentadoria do marido (pouco mais de um salário mínimo), ela relata que gasta cerca de R$ 200 por mês só com a compra de fraldas geriátricas e medicamentos para o esposo. “Também estou comprando os meus remédios, já que aqui não tem posto de saúde e farmácia para eu pegá-los. A minha receita médica está fora da validade e ainda não tive como voltar ao médico, pois teria que marcar a consulta”, conta.
A doméstica Vera Lúcia Ferreira de Araújo, 45 anos, mora em uma casa construída pelo governo estadual, ao lado de uma ribanceira. Ela sofreu um derrame há três anos, trata doença de Chagas e vivia de aluguel no Conjunto Santos Dumont. Há três meses se mudou para o Benedito Bentes com o esposo, o vigilante Roberto José Maia, de 46 anos. Vera relata que não se locomove bem após o AVC e, por isso, perde o equilíbrio com facilidade. Por duas vezes, ela diz que tropeçou e caiu em dois degraus que ficam à porta da residência.
“Meu esposo levou uma reclamação na Secretaria de Infraestrutura, relatando o que eu tinha sofrido e que precisava de ajustes na moradia. Porém, nenhuma resposta nos deram até agora. Como não ando direito, a minha residência era para ficar em uma rua plana e não perto de uma barreira, como essa. Vim morar aqui pensando que teria conforto e alívio por me livrar do aluguel, mas vejo que isso está longe de acontecer”, lamenta. A dona de casa ainda critica o saneamento precário na região, citando as fossas estouradas, e o acúmulo de lixo no trecho de casas que foi invadido.
Em maio deste ano, os moradores do Aprígio Vilela fizeram um protesto que terminou com mais de 30 ônibus danificados. Houve até confronto com militares do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Os mais revoltados lançaram pedras e quebraram janelas e para-brisas dos coletivos. Eles exigiam veículos adaptados para deficientes físicos. Após negociação entre a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e a empresa Piedade, dois ônibus com elevadores foram separados para rodar dentro do residencial.
A presidente da recém-criada Associação dos Morados do Conjunto Aprígio Vilela, Maria da Conceição Porfírio da Silva, diz que encaminhou diversos ofícios para órgãos públicos em que cobra melhor estrutura e a solução de vários problemas já detectados no residencial. E comenta que foi informada, por fontes não oficiais, de que um posto de saúde estava sendo construído no residencial, ao lado da caixa d’água da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal). Por enquanto, não há sinal e nem placa oficial de obras neste sentido no conjunto.
Ela destaca a falta de uma unidade de saúde para atender a comunidade e garante ter oficializado o pedido para a construção do posto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ressalta ainda que um morador doente fica à mercê do voluntariado para conduzi-lo ao posto de saúde mais próximo.
“Aqui não tem nada, nem uma ambulância disponível. Sabendo que o local é muito longe, afastado da cidade e com uma estrada de barro, deveria ter, pelo menos, uma ambulância. Porém, não há projeto para isso e estamos somente aguardando que se confirme a história da construção de um posto”, comentou.
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