A Câmara Municipal de Maceió discutiu, nesta sexta-feira, 1º, em sessão pública, um problema que preocupa toda a sociedade. Alagoas é o Estado que mais amputa pés diabéticos no Brasil. Para acabar com esse status, o propositor da sessão, vereador Cleber Costa (PT), vai encaminhar na próxima sessão ordinária da Casa, dia 5, um projeto de lei para que se estabeleça na capital uma política de acolhimento de diabéticos.
“Pretendemos reduzir em 50% a frequência de cirurgias de amputação em Maceió, e por tabela, pretendemos estender isso ao Estado”, deixou claro o parlamentar petista. Ele alerta para o crescente número de diabéticos no mundo. Segundo estatísticas da International Diabetes Federation (IDF), em 1985, a população mundial dispunha de 30 milhões de diabéticos do tipo 2 – a melitus, adquirida com hábitos e costumes equivocados de vida. Atualmente, ainda de acordo com a IDF, os diabéticos deste gênero são 250 milhões, no mundo.
Costa lamentou os números da IDF e recordou que se nenhuma medida preventiva for tomada, em 2025, serão 380 milhões de diabéticos. E é de forma preventiva mesmo que o projeto de lei pretende agir em Maceió. “Esse projeto de lei vai cobrar do Executivo um programa que oriente, acompanhe e trate os diabéticos para que se evite o ‘pé diabético’, que é o estágio extremo de descuido em que um paciente pode chegar”, explicou.
Em dados atualizados, o vereador confirmou que quer – a todo custo – diminuir os casos de amputações em Alagoas, que hoje estão entre 480 e 500 amputações por mês. “Temos que evitar este genocídio”, ressaltou Cleber Costa.
Hoje, Alagoas tem o mesmo nível de amputações que Cuba, porém nas Terras de Fidel são 12 milhões de habitantes (contra 3,1 milhões do Estado) e um programa revolucionário está tendo bons resultados. Sabedor disso, o vereador convidou o dr. Julio Baldomero, coordenador do programa cubano de assistência aos diabéticos, para participar da sessão pública.
O especialista disse que o programa de seu país abrange 14 províncias, e já se chegou a 900 mil amputações. “De 100 pacientes diabéticos, 50% devem ser amputados, deste universo, entre três e seis meses, eles devem sofrer uma nova amputações e morrerem em seguida”, alarmou Baldomero, chamando a atenção para a importância da atenção do Poder Público para o problema.
Ele coordena uma equipe técnica que faz um acompanhamento presente dos pacientes. “Uma Boa Atenção Básica garante uma orientação e um cuidado satisfatório. Quando começamos uma casa, começamos por baixo, com uma base forte, assim teremos sucesso”, frisou. Em Cuba, segundo Baldomero, eles conseguiram evitar a amputação de 85% dos pacientes.
Jackson Caiafa, médico responsável pelo programa carioca, deu a receita para se reduzir os índices de amputações, como ocorreu na capital fluminense. “Fortalecemos a Atenção Básica. Médicos e enfermeiros da Estratégia de Saúde da Família (ESF) foram capacitados e conseguimos reduzir 50% os casos críticos de amputação, em três anos. Capacitando e orientando equipes médicas, aproximando-se da população”, comemorou.
Com dois especialistas renomados falando, o secretário municipal de Saúde, João Marcelo Lyra, assinou embaixo e confirmou que o interesse primordial da administração atual é melhorar os médicos de Saúde da Família e os postos de saúde.
Para o presidente da Câmara, Chico Filho (PP), o momento da discussão foi muito propício, pois além de ser uma doença que está muito presente na sociedade, é necessário criar mecanismos de contenção. “Temos vereadores, servidores, parentes diabéticos. Todos estamos interessados. E desde já estamos esperando o requerimento do PL para apreciarmos e, certamente não teremos dificuldades para aprová-lo”, frisou.
Participaram da sessão, os vereadores Tereza Nelma (PSDB), Zé Márcio (PSD), Silvania Barbosa (PPS) e Dudu Ronalsa (PSDB).
Fonte: Assessoria de comunicação da Câmara
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