terça-feira, 26 de agosto de 2014

Unidade de saúde é alvo de críticas diárias

Por Severino Carvalho, repórter da Gazeta de Alagoas (matéria publicada na edição de 17.08.14 - Especial sobre a saúde em Alagoas)

Porto Calvo – A diretora administrativa do hospital municipal, Cleide Maria da Silva Azevedo, lamenta que o São Sebastião seja alvo constante de reclamações dos usuários de Porto Calvo, apesar dos investimentos ali realizados e do esforço diário para mantê-lo em funcionamento. As queixas acabam surgindo em razão de a unidade trabalhar no limite. Com 42 leitos, é considerado de médio porte e faz cerca de 170 atendimentos diários.

“Quando assumi, em maio, encontrei três enfermarias lacradas pela Vigilância Sanitária Estadual por causa de infiltrações e mofo nas paredes. Isso já foi resolvido. Desde a reabertura do Centro Cirúrgico, já realizamos 97 cirurgias. As pessoas criticam muito, mas quando vêm aqui e conhecem a realidade, mudam de opinião”, citou Cleide.

Na avaliação do secretário municipal de Saúde, Paulo de Jesus, só há uma solução para tornar o São Sebastião em referência para o Norte do Estado: tirar do papel o projeto de regionalização e efetivar a implantação do modelo de Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde (Coap).

Trata-se de um pacto de colaboração firmado entre entes federativos, cujo objetivo é a organização e a integração das ações e dos serviços, em uma região de Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários. O contrato define as responsabilidades de cada ente: prefeituras, Estado e União.

“Falta efetivar a regionalização da saúde. Esse é um programa alardeado pelo governo do Estado que não foi implementado. Os municípios circunvizinhos precisam colocar dinheiro aqui (no hospital). Também precisamos de mais recursos do Ministério da Saúde e do próprio Estado”, ponderou Paulo de Jesus, que já solicitou à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) a inclusão do São Sebastião no Prohosp, que contempla às especialidades da média e alta complexidade, como cirurgia cardíaca adulto e infantil, traumatologia, saúde auditiva, UTI, entre outras áreas. “São recursos a mais”.


SESAU

Consultada, a Secretaria de Estado da Saúde respondeu, por meio de sua assessoria, que a gestão do hospital de Porto Calvo é municipal; recebe repasses dos Programas de Assistência à Urgência e Emergência (Provida) e de Implementação da Rede de Atenção Materno-Infantil de Alagoas (Promater): R$ 19.051,45/mês e R$ 17.58,79/mês, respectivamente.

O Hospital Municipal de Porto Calvo – informa a Sesau – será contemplado com leitos de retaguarda (R$ 651.525,00/ano) e o de São Luís do Quitunde com sala de estabilização (R$ 420.000,00/ano). Para isso, aguarda a publicação da portaria da Rede de Urgência e Emergência (RUE) pelo Ministério da Saúde.

A 2ª Região de Saúde é composta por nove municípios: Jacuípe, Maragogi, Porto Calvo, Japaratinga, Matriz de Camaragibe, Porto de Pedras, São Miguel dos Milagres, Passo de Camaragipe e São Luís do Quitunde.

“Está agendada reunião com os secretários municipais e representantes da Sesau e Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas) para definição dos Hospitais de Pequeno Porte da região visando melhorar a assistência. Já o Coap está aguardando alguns entendimentos ainda com o Ministério da Saúde e o Consems”, relatou a Secretaria de Estado da Saúde.

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